De Motorhome pela Nova Zelândia

A viagem não teria sido mais perfeita se não tivéssemos incluído uma viagem de carro pelas estradas da Nova Zelândia em meio às diferentes paisagens. Ledo engano. Quando decidimos ir de motorhome a viagem ficou ainda melhor!

O roteiro escolhido teve como destino levar as crianças para a neve, o que seria possível se seguíssemos ao sul em direção a Whakapapa, no monte Tongariro (famosa estação de esqui). Mas como a viagem é longa, decidimos parar em Taupo, no meio do caminho. Decisão acertada.

A primeira diversão foi a preparação da viagem: cardápio, roteiro, compras (de comidas), escolha dos campings e escolha do motorhome. Optamos pelos de 6 lugares, mas um de 4 lugares já seria suficiente (e mais econômico). 

A saída de Auckland foi conturbada porque saímos no horário de rush (e lá tem trânsito também) e no nosso caminho passamos por Hamilton e Rotorua (não paramos em nenhuma delas, mas recomendo fortemente uma parada caso tenham mais tempo). 

Optamos por campings pagos porque somente neles encontramos tomadas para carregar os motorhomes. Mas na verdade não é tão necessário assim (no verão principalmente, porque dormimos com o ar quente ligado). 

A estrutura de banheiros e uma cozinha coletiva acabam sendo mais úteis do que tudo. Também, descobrimos que o horário de saída dos campings é sempre às 10 horas da manhã - o que achei bem ruim. Mas, tudo bem. Foi uma ótima desculpa para sairmos logo e começarmos a explorar a estrada e a cidade no lago. 


Taupo é um lago que fica sobre um imenso vulcão. Segundo alguns pesquisadores, ele entrou em erupção no começo da era D/C e foi uma erupção de tamanha magnitude que escureceu os céus da Europa e Ásia. O que ficou foi uma paisagem maravilhosa, uma cidade deliciosa (cheia de águas termais), alguns campos de golfe, parques, passeios de barco, lancha, avião e helicóptero, campings, trilhas, e...


...a estrada fantástica contornando isso tudo. Sugiro percorrer durante o dia: 



Em Taupo há uma grande quantidade de hoteis à beira-lago, com spa e restaurantes. O prato local é a truta (quem quiser há passeios e programas voltados à pesca da truta). 

Passando Taupo descobrimos um camping muito legal: Motutere Bay Holiday Park. Da próxima vez quero me hospedar alí, de frente para o lago e com uma paisagem maravilhosa. 

Mais adiante chegamos ao Tongariro National Park, com uma paisagem única. Este hotel fica bem na entrada da estrada que leva ao monte. Apaixonante! 



Um pouquinho de curvas e subidas e lá está o monte coberto de neve para alegria geral de todos. No primeiro local possível paramos para curtir a paisagem e brincar na neve. 


Mais adiante está o estacionamento da estação de esqui (que lota cedo). Optamos pela primeira pista - para iniciantes e moderados. Pegamos o teleférico (gratuito) e alugamos um trenó para a criançada. A diversão foi grande. Pena que fecha cedo: 16 horas. 




Seguimos para o Camping (algums metros abaixo da região nevada e em meio à floresta e o rio). Ficamos no Whakapapa Holiday Park. A chuva não nos permitiu uma curtição ao ar livre, mas a cozinha do camping era muito confortável e foi lá que fizemos nosso fondue de queijo. Dormimos ao som da chuva e do rio, em (quase) paz (porque na cozinha havia o cartaz de evacuação em caso de erupção e descobrimos que estamos na rota da lava - alguns minutos depois a sirene tocou e ficamos apavorados, mas felizmente era um alarme de incêndio distante dali). 



No dia seguinte saímos cedo e optamos por fazer o café da manhã lá na neve (em nosso próprio motorhome). Depois encaramos a estrada de volta a Taupo e fizemos uma parada para ver as cachoeiras Huka Falls (onde há uma lojinha e muitas trilhas também). Recomendo. 


O restante da viagem foi repleto de paisagens, pássaros, cidades pitorescas e um por do sol com cores incríveis (que infelizmente não consegui registrar com uma imagem boa, mas arrisquei compartilhar uma delas para terem uma ideia das cores).



Com certeza ficou um gostinho de quero mais: mais Auckland, mais praias, mais Ilha Sul, muito mais! Quero voltar no verão.

Shakespear National Park, Auckland

Pegando a estrada para o norte, siga para Whangaparaoa onde está o belíssimo Shakespear National Park, um espaço que reúne fazendas (de criação de gado e ovelhas), praia e parque. Parece estranho mas esta imagem vai te convencer:



O visual na entrada é tão deslumbrante que até fizeram uma moldura para fotografar, mas nem precisava. 


Há muitas trilhas a serem feitas, sinalizadas com cores e facilmente percorridas. O vento é bastante forte, portanto recomendo levar agasalhos com corta-vento (e gorro). Talvez até no verão seja interessante levar. Nas trilhas há indicação de tempo para facilitar a programação (e saber se você aguenta ou não o percurso). 


No final, lá embaixo, há uma praia deliciosa com um gramado incrível, churrasqueiras, árvores, ventos perfeitos para kite e windysurf e um visual apaixonante. A praia tem muitas conchinhas e pássaros para não perder o costume. 


E para não perder o costume: skyline de Auckland Central ao fundo. 


Gostou?


Muriwai Beach, Auckland

Pico de surf, Muriwai Beach também é ótimo para kitesurf e para quem ama natureza. Fomos a esta praia a oeste de Auckland num dia nublado e chuvoso e ainda assim o visual foi apaixonante. O mar, aqui, é o Mar da Tasmânia.


Há estacionamento, banheiros e um parquinho para as crianças no local. E muita natureza. 

Estão mapeadas também algumas trilhas e alguns mirantes para se observar a redondeza e o santuário de pássaros que pousam no alto desta pedra (Gannets). 



Há duas praias aqui, uma pequena à esquerda e a grandona à direita. Mesmo com o frio havia gente surfando e fazendo kitesurf. Corajosos. 


A areia é vulcânica, portanto de uma cor muito escura como podemos ver nesta foto. Nem por isso o lugar deixa de ser maravilhoso. 


No canto esquerdo, além da praia pequena há uma caverna (que pode ser visitada quando a maré está baixa) e também uma pequena cachoeira. 


Não importa se você surfa ou não, mas esta praia é certamente uma das mais bonitas que visitei. Já está na lista do que quero fazer quando voltar no verão. 

Outra praia muito famosa para o surf é Piha. Não deu tempo para visitar, mas sugiro incluir na sua lista, pois também é linda. 

Pássaros da Nova Zelândia

Hoje vamos falar sobre os belíssimos pássaros que encontrei na viagem à Nova Zelândia. Me chamou a atenção não somente a beleza deles, mas também o canto e a maneira como interagem (sem medo) com as pessoas. 

Na Nova Zelândia eles são presença constante em todas as praias, e muitas outras espécies aparecem também. É impressionante como alguns cantos são diferentes. 

Eu não sou profunda conhecedora (aliás, nem superficial conhecedora), mas adoro observar e fotografar pássaros. As gaivotas são muitas - Seagul é o nome em inglês - e elas são bastante barulhentas e uma espécie que enfeita o litoral.


O Kiwi eu já comentei que é uma ave de hábitos noturnos e conseguimos avistá-la somente depois de quase 1 hora no espaço (escuro) que há no Zoológico de Auckland. Portanto dele não tenho fotos. Mas o Pukeko é outro pássaro muito presente e bem lindinho, também muito característico (há vários souvenires com ele). 



Há outras espécies que não sei dizer quais são, além das famosas pombas, que estão sempre voando, caçando, pescando, "roubando" alimentos das crianças distraídas, pousando e fazendo graça. 



Patos e cisnes são presenças constantes também. Este pato preto da foto é uma espécie que eles têm em proteção, foi o que li (se não me engano) no Zoológico. 


Em uma parada na estrada para tomar sorvete em uma fazenda de morangos nos deparamos com esta charmosa galinha. Não resisti e fotografei. Nunca havia visto esta espécie de galinha. 


No post da praia Muriwai falarei mais sobre esta paisagem, mas os pássaros desta foto são os Gannets e este é o seu santuário (a tradução que encontrei foi "gansos-patolas"). São bastante semelhantes às gaivotas, mas muito maiores e têm um voo belíssimo. 


Este pretinho lindo tem um canto muito diferente (me lembrou o barulho que o robô Frank-puxa-penas do pica-pau faz em um episódio). Ele tem estas marcas branquinhas abaixo e na lateral do bico, o que me faz pensar que se trata de um Tui. Morri de rir com a semelhança entre o barulho do robô e o canto do pássaro. 


Devonport, Auckland

Esta região / praia é uma atração imperdível na minha opinião. Além de praia e da proximidade com o Ferry Boat em direção ao centro de Auckland, tem um parque muito bacana com construções históricas e o museu marítimo. Mas vamos explorar em partes.

North Head é o nome de um monte com vistas espetaculares de toda a baía de Auckland e com construções históricas, utilizadas para a proteção da cidade durante a 2a Guerra Mundial (ou ainda Monte Victória).


Quando estive lá havia pessoas a pé, de carro, de bicicleta e até saltando de paraglider. A vista do Skyline do centro é espetacular. 



Descendo o monte há casinhas fofas e estilosas (e antigas) que são de se apaixonar. Há também o acervo do Museu Maritmo - com foco sobretudo nos navios de guerra e "marines" (marinheiros). O café do museu tem sobremesas maravilhosas e um brinquedão ótimo para a criançada. Vale a parada (o acesso ao museu é gratuito). 



Mais adiante o centrinho comercial da região, um hotel super charmoso (The Esplanade Hotel - me disseram que os Rolling Stones já se hospedaram por lá, mas não encontrei nenhuma notícia antiga a respeito) e o ponto de partida da balsa. 

Quem começar o dia visitando o Monte Vitória pode pegar a balsa e passar a tarde no centro de Auckland, como nós fizemos. O trajeto é rápido e muito lindo. 



Voltamos no final do dia e a vista foi espetacular: 

North Shore

Quando comentei que Auckland tinha muitas praias eu não estava de brincadeira. Há cerca de 28 praias na região, para todos os gostos. Não é a toa que com um litoral desses, somado aos ventos, a cidade é conhecida como a cidade das velas (e me disseram que é onde há a maior concentração de barcos per capta no mundo). Isso torna irresistível a ideia de conhecer e explorar este famoso litoral.

A região de North Shore é o litoral norte de Auckland (a área após atravessar a famosa ponte de onde as pessoas fazem bungee jump), composto por várias praias, cada qual com suas características e belezas próprias. Algumas mais selvagens, outras com parques e até centrinhos de compras.



Esta é a Long Bay Beach onde há um parque natural com uma trilha rápida e fácil de percorrer,  há rio e parquinho com bancos e churrasqueiras. Além de linda de viver, este brilho no chão é formado por conchinhas. Perfeita para passar o dia todinho.



Brownsbay é menor, mas tem um centrinho com lojinhas e compras (e uma famosa escola de inglês na região). A praia também tem gramado, parquinho com brinquedão para a criançada e uma vista maravilhosa.




Takapuna é uma linda praia (super calma e perfeita para crianças, stand up paddle, canoagem e para aprender windysurf). Tem um centrinho comercial cheio de lojinhas e restaurantes bacanas também (e uma sorveteria Movenpick numa linda praça). Há também alguns hotéis e pousadas que merecem uma olhada com carinho, porque hospedar-se aqui é um verdadeiro paraíso e é bem próximo do centro de Auckland.


Passamos um dia em cada uma delas, mas quem tiver menos tempo, sugiro priorizar uma manhã em Takapuna e a tarde em Devonport (falarei desta em outro post).


Zoológico de Auckland

Uma das atrações de Auckland é o seu zoológico. Fica na região sul de Auckland, de fácil acesso de carro (há estacionamento no local, gratuito) ou ônibus.

O espaço é muito bonito, com natureza bastante exuberante e o cuidado de usar plantas e árvores que contam um pouco sobre a flora do país. Todas as áreas pareceram ter espaço adequado para os animais (apesar de que eu sempre acho tudo muito menor do que deveria ser), e eles pareciam muito bem cuidados (fundamental).

 Na entrada entregam um mapa muito fácil de entender até para quem não fala inglês e ainda informam os horários de alimentação de alguns animais, pois isso é um espetáculo à parte e faz a alegria de todos. 

Começamos pelo lado direito, com a girafa, elefantes fofíssimos e a Cheetah, o temido felino que alcança velocidades inimagináveis durante a caçada.



Tivemos a sorte de escutar a explicação da veterinária e assistir a alimentação do Serval. Muito lindo e aplaudido.



Há um espaço dedicado ao Kiwi (escuro para mostrar o ambiente em que vive o animal), símbolo do país e ave que deu nome à famosa fruta local. Infelizmente não consegui tirar fotos dele, mas recomendo visitar e fazer o máximo esforço para ver. As espécies de aves também são mostradas aqui em sua magnífica variedade de cantos, formatos e cores, e até a arte maori é usada para criar o ambiente.

Na foto abaixo está a Silver Fern, planta que em muitos casos é usada para simbolizar o país (e é o símbolo do time de rúgbi All Blacks):



Também fizeram muito sucesso entre as crianças (e os adultos) uma espécie de canguru (walabe) e o diabo da tasmânia.



Citei aqui as atrações que mais nos chamaram a atenção, mas há muito mais espécies e animais do que os aqui listados. Tem até um brinquedão onde as crianças podem ficar por um tempão (enquanto os pais sentam-se e descansam um pouco - por conta do frio, tomamos um café na cafeteria ao lado).

Certamente é um passeio que vale ser feito numa manhã completa com piquenique (ou almoço por lá, que tem boas opções para alimentação), ou um dia inteiro (para quem gosta de ficar mais tempo em cada atração, lendo, aprendendo e observando as espécies e até participando das atividades e explicações dos veterinários.

Aquário de Auckland

Coragem, este carro te leva ao paraíso da vida marinha! Na Queen Street há uma parada de ônibus para pegar o transporte até o Kelly Tarlton's Sea Life Aquarium, sobre o qual falaremos no post de hoje.



O aquário é literalmente embaixo da terra e a entrada fica a uns 10 minutos de ônibus da Queen Street (eu peguei carona neste tubarão da foto acima!). O passeio ao todo leva pouco mais do que 3 horas, mas vale a pena dedicar algum tempo para ver a alimentação dos peixes e as explicações. Para os mais corajosos é possível mergulhar com os tubarões por NZ$ 200,00 (credenciados).



A entrada é desconcertante. Não dá para ver direito, mas o bloco de gelo gira dando a sensação de que estamos entrando gelo adentro num túnel embaixo da terra. E chegamos direto na área dedicada à Antártica e os pinguins.


O ponto alto para a criançada é um brinquedão que tem bem no meio do passeio e que tem os adorados Nemo e Doris...


...mas para mim é o complexo com paredes e tetos de vidro no grande aquário onde há tubarões, arraias, lagostas, tartarugas e outras tantas espécies maravilhosas! O mais legal é que é possível mergulhar com os tubarões, o que pretendo fazer quando voltar no verão para a Nova Zelândia. Certeza.


Alguns dos melhores momentos do aquário: do espaço dos pinguins ao espaço dedicado aos cavalos-marinhos, é tudo muito bonito, funcionários muito simpáticos e os animais muito bem cuidados e com bastante espaço. Um passeio muito incrível para fazer com a família (e um lugar com uma belíssima vista do centro da cidade).